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Leia maisNeste artigo, explico o significado do pilar Social do ESG, que trata diretamente do impacto que uma empresa gera nas pessoas: colaboradores, clientes e fornecedores. Falamos aqui de condições de trabalho justas, diversidade e inclusão, segurança no ambiente de trabalho e relacionamento com a sociedade. E na sua empresa, como esses temas estão sendo tratados no dia a dia?
O “S”, no ESG, representa o pilar Social, que se refere às práticas e políticas de uma empresa relacionadas ao impacto que ela tem na sociedade e em seus stakeholders (partes interessadas), especialmente: comunidades, colaboradores, clientes e fornecedores. O “S” complementa os pilares Ambiental (E) e de Governança (G), formando a base da sustentabilidade corporativa.
Dentre os aspectos do Social (S) no ESG, podemos destacar: Direitos e bem-estar dos colaboradores: condições de trabalho justas, diversidade, inclusão, segurança e saúde no trabalho, por exemplo. A relação com a comunidade: respeito aos direitos humanos, engajamento com as comunidades locais e investimento em projetos sociais. Diversidade e equidade na promoção de igualdade de gênero, raça e oportunidades para grupos sub-representados também é um aspecto de destaque.
Empresas com boas práticas sociais tendem a ter maior reputação, menor risco de conflitos e melhor relacionamento com seus públicos.
Para iniciar um processo voltado ao pilar Social (S) do ESG, a empresa deve primeiro realizar um diagnóstico para mapear impactos sociais (como condições de trabalho, diversidade e relações com comunidades) e priorizar temas relevantes com base em diretrizes da norma, como direitos humanos e engajamento com stakeholders. Em seguida, é essencial definir metas claras (ex.: equidade de gênero, segurança ocupacional) e implementar ações práticas, como políticas de inclusão, programas para fornecedores sustentáveis e projetos sociais, sempre com monitoramento por KPIs e relatórios transparentes (GRI ou ISSB, por exemplo).
Indico um documento que pode servir como um guia para estruturar essas práticas. Trata-se da ABNT PR 2030, que está dividida em duas partes publicadas e uma terceira em desenvolvimento, sendo que a Parte 1 estabelece os conceitos e princípios ESG fundamentais, orientando organizações na incorporação desses critérios e propondo temas ambientais, sociais e de governança como base para identificar questões materiais ao negócio. Já a Parte 2 fornece diretrizes para aprimorar a determinação da materialidade ESG, apresentando um método estruturado que prioriza temas relevantes sob perspectivas financeiras, sociais, ambientais e de governança, além de enfatizar o engajamento com partes interessadas para capturar expectativas e impactos, fortalecendo transparência, confiança e capacidade de resposta da organização perante desafios do mercado, da sociedade e do meio ambiente.
Interpretar um diagnóstico social de uma empresa requer uma análise estruturada em três etapas principais. Primeiro, contextualize os dados, comparando indicadores (como diversidade, segurança no trabalho e satisfação de funcionários) com benchmarks setoriais, metas internas e padrões de referência (ODS, ABNT PR 2030). Identifique padrões temporais (melhorias ou retrocessos) e as causas-raiz por trás dos números, usando ferramentas como a análise de 5 Porquês. Em seguida, priorize os temas com base em impacto e urgência, focando em riscos críticos (ex.: violações de direitos humanos) e oportunidades estratégicas (ex.: engajamento comunitário), cruzando informações com outros pilares do ESG (como governança e meio ambiente) para uma visão integrada.
Por fim, traduza os insights em ações, propondo iniciativas imediatas (ex.: treinamentos antidiscriminação) e planos de longo prazo (ex.: metas de equidade salarial), sempre alinhadas às expectativas dos stakeholders. Por exemplo, se o diagnóstico revela alta rotatividade em um setor, a empresa pode implementar programas de qualidade de vida e revisar políticas de carreira. O objetivo é transformar dados em decisões práticas que fortaleçam a reputação, reduzam riscos e gerem impacto social positivo.
Ao avaliar questões sociais no ESG, priorize critérios de impacto direto e conformidade:
(1) Condições de trabalho (segurança, salários justos, jornada adequada),
(2) Diversidade e inclusão (representatividade em cargos de liderança, políticas antidiscriminatórias) e
(3) Relação com comunidades (investimento social, diálogo com stakeholders).
Esses aspectos devem ser confrontados com marcos regulatórios (CLT, leis antidiscriminação) e padrões internacionais (ODS, Direitos Humanos da ONU), garantindo que as práticas ultrapassem o mínimo legal e gerem valor compartilhado.
Complemente com critérios de gestão:
(4) Indicadores mensuráveis (ex.: taxa de turnover, % de treinamentos em equidade) e
(5) Transparência (relatórios auditados, como GRI).
A avaliação deve identificar gaps entre discurso e prática – por exemplo, se uma empresa promove diversidade mas não tem mulheres na diretoria, ou se investe em comunidades locais, mas negligencia fornecedores com trabalho irregular. O foco é assegurar coerência entre políticas declaradas e resultados tangíveis.
O processo exige registros estruturados e fontes diversificadas:
Dados quantitativos: Planilhas de indicadores (turnover, acidentes de trabalho, % de diversidade). Folhas de pagamento (para análise de equidade salarial). Relatórios de auditoria em fornecedores. Pesquisas de clima organizacional (com métricas de satisfação e bem-estar).
Documentos qualitativos: políticas internas (código de conduta, diretrizes de inclusão), atas de reuniões com stakeholders, registros de denúncias em canais de compliance e relatórios de impacto social (alinhados a padrões como GRI ou SASB).
Quais setores ou áreas da empresa costumam estar envolvidos nesse processo?
O gerenciamento do impacto social envolve uma abordagem transversal, com participação ativa de múltiplas áreas da empresa, mas que devem estar amparadas pela direção.
Exemplo prático: Em uma empresa de manufatura, o RH coleta dados de diversidade e clima organizacional. Enquanto isso, Compras audita fornecedores para garantir condições de trabalho justas. O Compliance assegura o alinhamento com leis trabalhistas e o Marketing comunica os avanços em relatórios anuais. A Diretoria aprova metas como “reduzir acidentes em 50% até 2025”. O Comitê ESG integra essas ações, cruzando dados de segurança (da área operacional) com indicadores de treinamento (do RH) para gerar dashboards unificados. Isso demonstra como a gestão social é multidisciplinar e orientada a resultados tangíveis.
Um exemplo prático, no processo rotineiro e integrado de coleta de dados, que deve ser sistêmico e automatizado:
Integração de sistemas: conectar dados de RH (como SAP ou Oracle HCM), plataformas de pesquisa (SurveyMonkey) e ferramentas de gestão de fornecedores para consolidar informações em dashboards centralizados.
Periodicidade definida: pesquisas de clima anuais, relatórios trimestrais de KPIs sociais e auditorias semestrais na cadeia de valor, com atualizações contínuas em plataformas digitais. A transparência é garantida por verificações externas (auditorias independentes) e vinculação a relatórios anuais de sustentabilidade.
A automatização tende a ser um divisor de águas para o engajamento ESG, especialmente no pilar Social. Isso vale tanto internamente quanto externamente. Considera a cadeia de valor e o relacionamento com stakeholders.
Plataformas digitais (como SAP ESG ou Salesforce Sustainability Cloud) consolidam dados de RH, fornecedores e operações em dashboards unificados. Isso torna o impacto social mensurável e acessível a todas as áreas. Isso elimina a fragmentação de informações e permite correções ágeis (ex.: disparar alertas se um fornecedor violar critérios sociais).
Relatórios automáticos (com padrões GRI) reduzem a burocracia e permitem que líderes tomem decisões baseadas em dados.
As áreas deixam de ver o ESG como “tarefa do compliance” e passam a enxergá-lo como parte dos seus KPIs diários. A chave é escolher ferramentas que traduzem dados em ações práticas, alinhando tecnologia à estratégia humana.
O pilar social do ESG é decisivo para a sustentabilidade e competitividade de qualquer organização. Ao priorizar a valorização das pessoas, a empresa adota práticas justas e ambientes seguros. Também implementa estratégias inclusivas. Com isso, busca fortalecer sua cultura organizacional, reduzir riscos operacionais e gerar impactos positivos de longo prazo. Investir na gestão da questão social não é apenas uma escolha ética. É também uma alavanca estratégica para o desenvolvimento organizacional e pessoal de cada um dentro da empresa.
Luciano é graduado em Economia e possui MBA em E-Business pela FGV. Com mais de 25 anos de experiência em ESG (Environmental, Social & Governance), tem como foco orientar empresas na integração de práticas sustentáveis e na geração de impacto positivo. Ao longo de sua trajetória, atuou em projetos para grandes empresas como Vale, Samarco, Arcelor Mittal, Petrobras, Siemens, Águia Branca, Manabi, Realcafé, Leão Alimentos, Argalit, A. Madeira, Ellenco Construções, Luvep, My Trusted Source, Rheem, Eaton, TX Negócios, entre outras, além de organizações civis como OIT, Sebrae, Instituto Goethe e FINDES.
Sua expertise inclui consultoria em sustentabilidade. Desenvolvimento de estratégias ESG, conformidade ambiental e licenciamento. Avaliações de impacto ambiental e social. Gestão de riscos ESG, investimento sustentável e engajamento de stakeholders. Comprometido com a construção de um futuro mais sustentável, busca apoiar empresas na transição para modelos de negócios responsáveis e resilientes.
Quer saber mais sobre ESG e O que significa o “S” no ESG? Entre em contato com Luciano pelos canais abaixo.
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